quinta-feira, maio 26, 2005

POLÓNIA - AUSCHWITZ 1944

PELA ÚLTIMA VEZ VOU ABORDAR ESTE TEMA:
Imploravam que a Força Aérea aliada bombardeasse as ferrovias de acesso a Auschwitz-Birkenau, bem como seus fornos crematórios e câmaras de gás. Tentavam , ao menos, diminuir o célere ritmo da destruição. Durante todo o ano de 1944 os pedidos se sucederam, mas a resposta dos aliados era sempre a mesma: "Não". Por que Auschwitz não foi bombardeada? Esta é uma das perguntas mais frequentes em debates sobre a Shoá. Por que os aliados, em 1944, após terem ocupado o sul da Itália e adquirido a supremacia aérea que lhes permitiu atacar o leste europeu, não tentaram salvar vidas judaicas, destruindo o transporte e a máquina de extermínio?
Entre os que acreditam que esta deveria ter sido a atitude dos aliados está David Wyman, respeitado pesquisador do Holocausto e autor do livro The Abandonment of the Jews. Foi Wyman que, em 1978, em artigo na revista norte-americana Commentary, levantou esta questão. Segundo ele, basta analisar a pergunta para comprovar que, durante a II Guerra Mundial, os judeus europeus foram abandonados à própria sorte. Essa é também a linha de pensamento adotada pelo Museu Yad Vashem, em Israel, e pelo Museu do Holocausto, em Washington, e por um grande número de filósofos, historiadores e pesquisadores.
Elie Wiesel, um dos inúmeros judeus húngaros levados para Auschwitz, recebeu, em 1979, como presente do presidente Jimmy Carter, fotos aéreas do campo tiradas por aviões norte-americanos de abril até dezembro 1944.
Na ocasião Wiesel declarou: "A evidência está diante de nós.
O mundo sabia e manteve silêncio.
Nada foi feito para interromper ou adiar o processo.
Sequer uma única bomba foi lançada...". A pergunta sobre Auschwitz-Birkenau é tema do livro "The Bombing of Auschwitz: Should the Allies Have Attempted It?", editado por Michael J. Neufeld e Michael Berenbaum e publicado em parceria com o Museu do Holocausto, de Washington. Os editores são renomados historiadores, autores de vários livros sobre o assunto. No livro - que inclui documentos originais - quinze autores que se dedicam ao estudo do Holocausto, II Guerra Mundial e História Militar, debatem vários aspectos desse tema. Inúmeras perguntas são formuladas, como por exemplo, se os aliados tinham conhecimento do que estava acontecendo e quando o souberam? Era tecnicamente possível bombardear o local? A partir de que momento? Qual seria o custo militar e humano de tal operação?
A obra examina também pontos ainda mais dolorosos, como o "valor" da causa judaica para os aliados: Valeria os riscos envolvidos?
Havia realmente vontade política de socorrer os judeus da Europa?
Em que medida? E, se de fato existia, não haveria uma maneira de se fazer algo?


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Anne Frank - Foi internada em Auschwitz-Birkenau entre setembro e outubro de 1944. Logo foi transladada ao campo de concentração de Bergen-Belsen onde morreu de febre tifóide.
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Maximillian Kolbe - Foi prisioneiro em Auschwitz I se fazendo voluntário para morrer de fome em lugar de outro prisioneiro e morreu em 1941.
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Edith Stein - Católica de origem judia. Morreu nas câmaras de gás de Auschwitz II.
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Elie Wiesel - Sobreviveu a sua reclusão em Auschwitz III Monowitz e escreveu sobre suas experiências.
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Imre Kertész - Húngaro, Prémio Nobel da Literatura, permaneceu em Auschwitz II por três dias no verão de 1944 após o que foi considerado apto para o trabalho corporal e foi transferido para Buchenwald.
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Primo Levi - Escritor italiano, esteve preso durante dez meses em Auschwitz, onde tinha de trabalhar na fábrica Buna-Werke. Foi libertado pelo exército vermelho e mais tarde escreveu sobre suas experiências.
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Simone Veil - Advogada e política francesa.
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Jean Améry - Escritor austríaco.
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Hans Krása - Compositor checo, pereceu em Auschwitz.

domingo, maio 15, 2005

AUSCHWITZ - BIRKENAU

Auschwitz II (Birkenau) é o campo que a maior parte das pessoas conhece como Auschwitz. Ali se encerraram centenas de milhares de judeus e ali também se executaram mais de um milhão de judeus e ciganos. O campo está localizado em Brzezinka (Birkenau), a 3 km de Auschwitz I. A construção se iniciou em 1941 como parte da Endlösung (solução final). O campo tinha uma extensão de 2,5 km por 2 km e estava dividido em várias secções, cada uma delas separadas em campos. Os campos, como todo o complexo inteiro estavam cercados e rodeados de arame farpados e cercas elétricas (alguns prisioneiros utilizaram o cerco elétrico para cometer suicídio). O campo albergou até 100.000 prisioneiros em um dado momento. O objetivo principal do campo, não era de manter prisioneiros como força trabalhista (como era o caso de Auschwitz I e III) mas sim para o extermínio. Para cumprir com este objetivo, equipou-se o campo com quatro crematórios com câmaras de gás. Cada câmara de gás podia receber até 2.500 prisioneiros por turno. O extermínio a grande escala começou na primavera de 1942.
A maioria dos prisioneiros chegava ao campo por trem, com freqüência logo depois de uma terrível viagem em vagões de carga que durava vários dias. A partir de 1944 se estendeu a linha do trem para que chegasse diretamente ao campo. Algumas vezes, ao chegar o trem, os prisioneiros eram passados diretamente para as câmaras de gás. Em outras ocasiões, os nazistas selecionavam alguns prisioneiros para supervisão do Josef Mengele, para ser enviados a campos de trabalho, ou para realizar experimentos. Geralmente os meninos, os anciões e os doentes eram enviados diretamente para as câmaras de gás. Quando um prisioneiro passava a seleção inicial, era enviado a passar um período de quarentena e logo lhe atribuía uma tarefa ou era enviado a trabalhar em algum dos campos de trabalho anexos. Aqueles que eram selecionados para exterminação eram enviados a um dos grandes complexos de câmaras de gás/crematório para os extremos do campo. Dois dos crematórios (Krema II e Krema III) tinham instalações subterrâneas, uma sala para despir uma câmara de gás com capacidade para milhares de pessoas. Para evitar o pânico, informava às vítimas que receberiam ali uma ducha e um tratamento desinfectante. A câmara de gás inclusive tinha tubulações para duchas, embora nunca foram conectadas com o serviço de água. Ordenava as vítimas que se despissem e deixassem seus pertences no vestiário, onde supostamente as poderiam recuperar ao final do tratamento, de maneira que deviam recordar o número da localização de seus pertences. Uma vez selada a entrada, descarregava-se o agente tóxico
Zyklon B pelas aberturas no teto. As câmaras de gás nos crematórios IV e V tinham instalações na superfície e o Zyklon B se introduzia por janelas especiais nas paredes. Logo depois de mortos, os corpos eram levados a uma sala de fornos anexa por prisioneiros selecionados, chamados Sonderkommandos onde eram queimados. Alemanha invadiu a Hungria em março de 1944; entre maio e julho de 1944, perto de 438.000 judeus da Hungria foram deportados para Auschwitz-Birkenau e a maioria foram executados ali. Havia dias em que os fornos não se davam provisão e se tinha que queimar os corpos em fogueiras ao ar livre.
As primeiras prisioneiras assim como as primeiras vigilantes chegaram ao campo em março de 1942 transladadas do campo de
Ravensbruck na Alemanha. O campo feminino foi mudado a Auschwitz Birkenau em outubro de 1942, e María Mendel foi nomeada chefe de vigilância. Perto de um total de 1.000 homens e 200 mulheres da SS serviram como supervisores de vigilância em todo o complexo de Auschwitz.
O mundo estava vivendo um de seus maiores pesadelos, o movimento nazista e a execução dos Judeus em campos de concentrações que desencadeou paixões incontroláveis nos homens, deixando o ser humano sem identidade física e moral.Prostituídas pela fome e sem direito de escolha a história mostra a dura vida de um grupo de mulheres no campo de Auschvitz onde tocar na orquesta para elas, era a única esperança de vida, o que não havia para as outras vítimas lá dentro.Amarga Sinfonia de Auschvitz é uma história fiel desta época onde as imagens falam por si só.
Também fui a este campo de Birkenau, e, do cimo da torre, de onde se tem uma visão geral dos campos pude verificar tudo o que está aqui descrito...além de ter visitado 2 pavilhões, in loco, onde se cometiam as maiores calamidades nunca imaginadas.

sábado, maio 14, 2005

Estive em AUSCHWITZ...!!!

Auschwitz (em polonês, Oświęcim) é o nome de um grupo de campos de concentração na Polônia a 60 km de Cracóvia, construidos no contexto do Holocausto. A partir de 1940 a Alemanha nazista construiu vários campos de concentração e um campo de extermínio nesta área, então na Polônia ocupada. Houve três campos principais e trinta e nove campos ajudantes.
· Auschwitz I - Campo de concentração original que servia de centro administrativo para todo o complexo. Neste campo morreram perto de 70.000 intelectuais poloneses e prisioneiros de guerra soviéticos.
· Auschwitz II (Birkenau) - Era um
campo de extermínio onde morreram aproximadamente um milhão de judeus e perto de 19.000 ciganos.
· Auschwitz III (Monowitz) - Foi utilizado como campo de trabalho
escravo para a empresa IG Farben.
O número total de mortes produzidas em Auschwitz está ainda em debate, mas se estima que entre um milhão e um milhão e meio de pessoas morreram ali.
Como todos os outros campos de concentração, os campos de Auschwitz eram dirigidos pela
SS comandada por Heinrich Himmler. Os comandantes do campo foram Rudolf Hoess até o verão de 1943, seguiu-lhe Artur Leibehenschel e Richard Baer. Hoess deu uma descrição detalhada do funcionamento do campo durante seu interrogatório ao final da Segunda Guerra Mundial, detalhe que complementou em sua autobiografia. Ele foi executado em 1947 em frente da entrada do forno crematório de Auschwitz I.
Durante os anos de operação do campo, perto de 700 prisioneiros tentaram escapar do campo, dos quais 300 tiveram êxito. A pena aplicada por tentativa de fuga era geralmente a morte por inanição. Geralmente, as famílias dos escapados eram presas e "internadas" em Auschwitz para serem exibidas como advertência a outros prisioneiros.
Auschwitz I foi o centro administrativo de todo o complexo. Foi aberto em
20 de maio de 1940, a partir de barracos de tijolo do exército polonês. Os primeiros prisioneiros do campo foram 728 prisioneiros políticos poloneses de Tarnów. Inicialmente, o campo foi utilizado para internar membros da resistência e intelectuais poloneses, mais adiante levaram ali também prisioneiros de guerra da União Soviética, prisioneiros comuns alemães, elementos anti-sociais e homossexuais. Do primeiro momento chegaram também prisioneiros judeus. Geralmente o campo albergava entre 13 e 16 mil prisioneiros, alcançando a quantidade de 20 mil em 1942.
A entrada de Auschwitz I tinha (e ainda hoje as tem) as cínicas palavras "Arbeit macht frei", "o trabalho liberta". Os prisioneiros do campo saíam a trabalhar durante o dia para as construções do campo com música de marcha tocada por uma orquestra.
A SS geralmente selecionavam prisioneiros, chamados kapos, para fiscalizar o resto. Todos os prisioneiros do campo realizavam trabalhos e exceto nas fábricas de armas, no domingo se reservava para limpeza com duchas e não tinha trabalho. As fortes condições de trabalho unido à desnutrição e pouca higiene faziam que a taxa de mortalidade entre os prisioneiros fora muito grande. O bloco 11 de Auschwitz I era a prisão dentro da prisão e ali se aplicavam os castigos. Alguns deles consistiam em confinamento por vários dias em uma cela muito pequena para sentar-se. Outros eram executados, pendurados ou deixados morrer de fome. Em setembro de
1941, a SS realizaram no bloco 11 os testes do gás Zyklon B nas que morreram 850 prisioneiros poloneses e russos. Os testes foram consideradas bem-sucedidos e em conseqüência se construíram uma câmara de gás e um crematório. Esta câmara de gás foi utilizada entre 1941 e 1942 para logo ser convertida em um refúgio anti-aéreo.
A primeira mulher chegou ao campo em
26 de março de 1942. Entre abril de 1943 e maio de 1944 se levaram a cabo experimentos de esterilização sobre mulheres judias no bloco 10 de Auschwitz I. O objetivo era o desenvolvimento de um método singelo que funcionasse com uma simples injeção para ser utilizado com a população eslava. O doutor Josef Mengele experimentou com gêmeos neste mesmo complexo. Quando um prisioneiro não se recuperava rapidamente, geralmente era executado lhe aplicando uma injeção letal de fenol.
O campo bordel, criado no verão de 1943 por ordens de
Himmler. Estava localizado no bloco 24 e se utilizava para premiar os prisioneiros privilegiados. Os guardas selecionavam prisioneiras para este campo, mas também aceitavam voluntárias atraídas pelas melhores condições alimentícias.
Por agora chega...há muito mais para contar, eu verifiquei com os meus olhos, os crematórios, as celas minusculas, etc...um verdadeiro horror!!!

terça-feira, maio 03, 2005

Eu me confesso....

Poema da amante

Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.

Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo
Até a região onde os silêncios moram.

Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.

Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam
Em tudo que ainda estás ausente.

Eu te amo
Desde a criação das águas,
desde a idéia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.

Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente.


segunda-feira, maio 02, 2005

Há muito mais para dizer....

Peço desculpa a quem me lê se isto se tornar cansativo, mas...há muito mais para dizer sobre a minha visita a Warsóvia:
Do hotel onde estive tinha uma excelente vista para o Palac Kultury i Nauki,(Palácio da Cultura) uma das lembranças mais presentes do período comunista. Construído por ordem de Stalin e pago pelos poloneses, ele ainda permanece como o prédio mais alto da cidade. É amado ou odiado pelos habitantes locais, conforme a linha política de cada um. Pegue um dos elevadores e vá até a sua plataforma superior de observação, para ter uma vista deslumbrante de toda cidade aos seus pés. A poucos metros está localizada a estação central da cidade (Warszawa Centralna), de onde partem combóios diários para diversos destinos na Europa.
Andando sem parar encontra-se em qualquer praça, barraquinhas vendendo souvenirs por um terço do preço cobrado pelas lojas, e que fazem a alegria dos turistas. Entre os produtos típicos estão os conhecidos ovos de madeira pintados à mão e as tradicionais bonecas símbolo da fertilidade, conhecidas com Matrioskas. Durante o dia sai um combóio turístico, que percorre alguns dos pontos principais da cidade.
Catedral de São João, principal templo católico da cidade.
Sobre alimentação tenho a dizer que entre os pratos mais comuns estão sempre a carne de frango, porco e peixes. Não vale a pena pedir uma taça de vinho, pois as porções são ínfimas.
Olhando para as construções da Nowe Miasto quase nem dá para acreditar que também esta parte da cidade foi dizimada com a guerra e depois totalmente reconstruída. Por aqui estão ainda belas igrejas e o museu Marie Curie. Caminhando até o final da rua acima chega-se a uma encosta que oferece uma excelente vista do rio Vístula.
Até 1939 a Polônia era o país Europeu com maior população Judia. Com a invasão do país pelas tropas nazistas, este povo viu-se forçado a uma série de restrições desumanas. Seguindo as ordens nazistas, até o dia 31 de outubro de 1940, toda população judia de Varsóvia foi obrigada a mudar-se para o interior de um sector isolado da cidade, que passou a ser conhecido como Gueto de Varsóvia. Em pouco tempo, confinados na área do gueto, a qual não atingia nem 2 km2, estavam 400 mil judeus, sem alimentos, remédios ou esperanças. A sua única saída era a bordo de um dos combóios que diariamente conduziam passageiros para o campo de concentração e morte de Treblinka.
O ditador russo Stálin preferiu permanecer de braços cruzados e não ajudar a população. Ele sabia que, após a derrota dos revoltosos de Varsóvia, poderia dominar a Polónia sem encontrar resistência. Sozinhos, os poloneses foram trucidados pelos nazistas, e como vingança, Hitler ainda ordenou que Varsóvia fosse completamente destruída. O filme O Pianista, de Polansky, retrata bem este episódio, e mostra como Varsóvia ficou reduzida a cinzas após a vingança de Hitler. Em memória a estes heróicos soldados poloneses foi erguido um monumento no centro da cidade.
Gostei de visitar o palácio onde se pode desfrutar do prazer de caminhar pelo parque preferido dos habitantes de Varsóvia, com amplas e românticas alamedas arborizadas, e ainda conhecer o monumento a Frederic Chopin, magistral pianista nascido na Polônia, e local onde, durante o versão, são realizados concertos de música clássica ao ar livre.
Mas ao mesmo tempo, Warsóvia também é um exemplo para muitos outros lugares e gerações. Um exemplo que mostra que nunca devemos desistir ou nos darmos por vencidos, por maiores que sejam as dificuldades. Isto é o que parece afirmar a velha fonte que adorna a praça central de Stare Miasto. Após tantos anos, ela continua a jorrar água límpida. E os velhos prédios históricos, tantas vezes reconstruídos, também continuam no mesmo lugar, agora observando os turistas. Varsóvia ensina a ter esperança, e nos lembra que após a tempestade, o sol sempre volta a brilhar.

DE REGRESSO....!!!!

Cá estou eu de regresso ao meu «cantinho»...depois de umas fabulosas férias pela Europa Central. E, como tal, vou falar aqui de todas as cidades por onde passei. Não sei se vou escrever um local por dia, mas...é essa a minha intenção, embora não possa prometer nada.
Iniciei a viagem na Polónia e, começo por falar da sua capital Warsóvia.
Hoje, novamente livres, Polônia e a sua capital Varsóvia estão mais atraentes do que nunca, com monumentos e prédios históricos reconstruídos, largas avenidas, áreas verdes em profusão, óptimos restaurantes, uma gente bonita e com confiança no futuro pelas ruas. Por tudo isto, a Polônia é agora um dos melhores destinos turísticos para quem procura algo na Europa além de Roma ou Paris.
O coração histórico da cidade, a praça Rynek Starego Miasta, localizada no centro da Cidade Velha (Stare Miasto), o bairro mais antigo e belo de Varsóvia. Reduzidos a escombros no fim da segunda guerra, os prédios coloridos de arquitectura tradicional foram meticulosamente reconstruídos, e voltaram a adornar esta praça, repleta de restaurantes, bares com mesas ao ar livre, galerias de arte e lojas de artesanato. Exatamente no centro da praça encontra-se a estátua da Sereia de Varsóvia (Warszawska Syrenka).
Uma bela avenida arborizada, rebaptizada há pouco de Solidarnosci. O nome é em referência ao movimento Solidariedade, que se tornou famoso no mundo inteiro por conseguir dobrar o domínio comunista imposto pela União Soviética, e organizar pela primeira vez em décadas eleições livres, que culminaram com a chegada à presidência do líder sindical Lech Valessa.
Caminhar pelas ruas de Varsóvia é mais ou menos como ter uma aula de história em tempo real, pois a cada passo encontra-se um monumento, ou prédio, ou restos de construção relacionados a algum período da história do país. Por exemplo, ao longo da avenida Solidarnosci estão ainda alinhados diversos prédios imponentes de cor cinza, construídos durante o período de dominação comunista da Polônia, que parecem, com suas fachadas pouco atraentes, contar alguma coisa a respeito daqueles anos de chumbo. Pouco mais à frente encontra-se uma parede semi destruída, cercada por flores e uma placa com algumas inscrições incompreensíveis, na qual destaca-se o nome Hitler. Aquela parede era o único trecho que havia restado dos prédios daquela parte da cidade, totalmente destruídos ao fim da segunda guerra, por ordem de Hitler. Um pouco mais à frente cruza-se a avenida Jana Pawla II, assim baptizada em homenagem a um dos filhos mais queridos da Polônia, o papa João Paulo II. Esta avenida conduz à parte moderna da cidade, onde estão imponentes hotéis e centros de convenções, inteiramente construídos com aço, alumínio e fachadas de vidro, e lembrando talvez uma Nova York em escala reduzida.
Uma das coisas interessantes de uma caminhada em Varsóvia é perceber como as suas mudanças sociais, sua história e sua passagem do comunismo para o capitalismo está perfeitamente refletida em seus bairros e construções, conforme a região percorrida.