quinta-feira, novembro 10, 2005

DESERTO DE MOJAVE


Saída de Los Angeles e atravessar o Deserto de Mojave foi o percurso do dia seguinte - 435 km até chegar a Las Vegas...
O que eu aprendi sobre este deserto, onde existe uma base aérea Edward, pois é aqui que por vezes as naves espaciais acabam por aterrar, quando as condições climatéricas não são favoráveis em Cabo Canaveral. Esta base fica para os americanos num preço irrisório, pela sua localização, daí que seja aproveitada para algumas experiências, aterragens e treinos.
Podemos ver uma vegetação verde, com umas árvores muito típicas na região.
Mojave National Preserve. O tempo inteiro passa-se por lindos cartões postais, com o deserto sendo cortado apenas por um longo tapete de asfalto. A região, como todo deserto que se preze, é extremamente atraente e, diria até, mágica. Aqui notava-se um espaçamento bem maior entre uma moita e outra, tornando o solo mais visível e a paisagem com mais cor de terra. Porém, também mais repetitiva.
No mesmo dia rumamos para o famoso Death Valley National Park, onde existe o local mais baixo dos EUA, Badwater, chegando a 86 metros abaixo do nível do mar.
Vou aproveitar para relatar uma aventura por este deserto realizada no mesmo dia do atentado do 11 de Setembro:
"Acorda! O piloto acabou de avisar que os EUA sofreram um ataque aéreo e o Presidente ordenou que todos os aviões em vôo desçam imediatamente!". Assim eu fui acordado por Odette, no que seria o último trecho do vôo para Los Angeles, com o objetivo de correr em mais um deserto, novamente apoiado pela Wöllner Outdoor. Desta vez o escolhido havia sido o Deserto de Mojave, na Califórnia, também na condição de primeiro brasileiro, assim como foi no Sahara e no Grand Canyon. "Que isso! Você entendeu mal, imagine se é possível alguém fazer um ataque aéreo aqui nos EUA! Volte a dormir porque ainda temos duas horas de vôo". Esta foi minha resposta lógica a uma afirmativa tão descabida... Minutos depois recebemos ordem para apertar os cintos e colocar a poltrona em posição vertical pois iríamos pousar em El Passo, na fronteira com o México.Ainda sem acreditar nesta estapafúrdia estória, pousamos com instrução de permanecer no interior da aeronave. Uma senhora americana à nossa frente sacou de seu celular e ligou para a mãe que morava em Manhattan. Com sua poltrona totalmente cercada de curiosos ela passou a relatar as últimas notícias: "dois aviões entraram nas torres gêmeas, uma delas havia desabado e algo aconteceu no Pentágono !". Estupefatos, recebemos ordens para sair do avião com as bagagens de mão e correr para o andar de baixo do aeroporto, pois esperavam até um ataque aéreo em El Passo!Duas horas depois, com a imagem do desabamento fixada na mente após ter sido vista dezenas de vezes nas infindáveis repetições que as televisões do restaurante do aeroporto mostravam, reunimo-nos com alguns brasileiros que encontravam-se na mesma situação e fomos todos para o último hotel em que ainda restavam vagas. No meio da tarde alguém surgiu com a versão de que as estradas não estavam bloqueadas como noticiavam alarmisticamente nos telejornais e havia um ônibus "pirata" saindo para Los Angeles no início da noite. Após algumas análises probabilísticas sobre a data provável da próxima decolagem, não nos esquecendo que nosso vôo era Houston-Los Angeles e não El Passo-Los Angeles, decidimos por unanimidade continuar by bus. Em "apenas" quinze horas estávamos em um subúrbio de Los Angeles que, até agora, não sei onde fica. Com míseros quarenta e cinco dólares de táxi finalmente estávamos em frente ao carro que havíamos alugado para ir ao deserto.

13 Comments:

At 10/11/05 01:17, Blogger peciscas said...

Não há dúvida de que os teus relatos são particularmente atraentes, pelas descrições, pelas vivências, pelas histórias, pelas imagens!
Fica-se a sentir um pouco do que sentiste e a desejar viver experiências semelhantes!

 
At 10/11/05 04:51, Anonymous Anónimo said...

Bem, estiveste mesmo em muitos sitios. Mais do que eu que estou aqui a 4 meses. Mas eu tambem irei dar a volta aos EUA. AHAHAH!!!
Fico feliz por ti, e nao sabia que havia este deserto aqui. Mais uma novidade. Beijinhos.

 
At 10/11/05 19:32, Blogger Amaral said...

Kalynka, 435 Kms de deserto faz-nos um bocado de confusão mas, de acordo com o que contas, foi uma coisa diferente, fantástica de ver. Depois, a história dessa aventura passada no dia 11 de Setembro faz-nos novamente imaginar as peripécias várias que se terão passado, por todo o lado, durante o trágico acontecimento.

 
At 10/11/05 23:50, Blogger Kalinka said...

PECISCAS:
Que palavras tão bonitas as tuas, fiquei toda «inchada» de ler algo que elogias a minha forma de expressar.
Mas, geralmente sou mesmo assim, quando estou a descrever, estou ao mesmo tempo a vivenciar na minha memória tudo o que passei, por isso, eu dizer que «ainda não assentei os pés na terra»...entendes?
Muito obrigado pela tua visita, vem sempre que desejares.

 
At 10/11/05 23:57, Blogger Kalinka said...

ÃNGELA:
Roma e Pavia não se fizeram num dia...este ditado é verdadeiro, por isso te digo que vais ter muito tempo para dares a volta aos EUA...Eu tive o cuidado de escolher um circuito, como já te tinha dito, que incluísse todo o tipo de imagens e estadias, por isso foi muito marcante e inesquecível. Mas, não te esqueças que os EUA é um país enorme e tem muitos Estados, por mim, agora ia todos os anos a um Estado diferente, embora visitar mais qualquer coisa da Califórnia também seria encantador, porque não deu para visitar tudo, e com pormenores. Beijokas.

 
At 11/11/05 00:04, Blogger Kalinka said...

AMARAL:
Eu não me devo ter explicado bem, o percurso nesse dia foram os tais 435km, mas não quer dizer que fossem esses km todos a ver só deserto, foi uma grande parte, mas não na totalidade. Além disso, as 2 imagens que eu coloco dá para perceber que o mesmo deserto tinha imagens bem diferentes, e eu estava sempre atenta, enquanto muitas pessoas aproveitavam o tempo da viagem para dormir e chegar ao próximo destino e visitar, eu fiz questão de ver tudo muito bem durante o percurso.
Para mim era tudo novo, e o guia de vez em quando ia falando, e passámos numa região, em que ele nos explicou que é o ponto central dos terramotos e via-se perfeitamente imensas fendas no terreno, eu já vinha a reparar nisso, mas depois da explicação dele é que percebi o que eram aquelas enormes fendas. Beijos.

 
At 11/11/05 11:16, Anonymous Anónimo said...

Ola prima.ora ai esta uma coisa k me interessa-o deserto-les te o ultimo livro de paulo coelho ,pois fala no deserto de um modo k me apetecia visitar um,tanto faz na America ou em Africa.tenho aproveitado estas ferias para relaxar e o resto falo pessoalmente.bj AA

 
At 12/11/05 14:27, Blogger Kalinka said...

Cruzes...canhoto!
Finalmente alguma coisa que te interessa: o deserto.
Estava a ver que nada te interessava...bem, se quiseres ser a m/próxima companheira de viagem, estou a pensar ir até Marrocos e lá temos deserto com fartura, também gosto!
Pois fazes muito bem em aproveitares as férias p/relaxar, mas...não sei não, o teu modo de relaxar é tão diferente do meu...k nem sei se isso é relaxar, mas tu lá sabes.
O resto quando chegares a Lisboa depois falamos, combinado!Beijos.
Continuação de boas férias.

 
At 13/10/22 15:43, Blogger OdetteReis said...

Esse texto é do meu marido, Carlos Sposito. Rua estava no voo com ele. Por favor, ou dê o crédito ou exclua foi seu blog. Obrigada

 
At 13/10/22 15:45, Blogger OdetteReis said...

Esse texto é do meu marido, Carlos Sposito. Eu estava no voo com ele. Por favor, ou dê o crédito ou exclua foi seu blog. Obrigada

 
At 13/10/22 15:46, Blogger OdetteReis said...

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At 13/10/22 15:47, Blogger OdetteReis said...

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At 13/10/22 15:48, Blogger OdetteReis said...

Esse texto é do meu marido, Carlos Sposito. Eu estava no voo com ele. Por favor, ou dê o crédito ou exclua do seu blog. Obrigada

 

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