sábado, janeiro 14, 2006

KIRSTEN DUNST - símbolo de Hollywood


«HOMEM ARANHA 2»

«VIRGENS SUICIDAS»

No ano passado, Kirsten Dunst, com apenas 23 anos, sentiu que estava em plena montanha-russa emocional. A determinada altura, pensou que a relação com o actor Jake Gyllenhaal era a melhor coisa da sua vida. Então, enquanto promovia Homem-Aranha 2, ela e Gyllenhaal romperam depois de Kirsten ter descoberto que Jake tinha andado a traí-la. Porém, hoje estão de novo juntos. Ela acredita que conseguiu pôr a vida em ordem e está particularmente satisfeita com o seu trabalho no novo filme de Cameron Crowe, Elizabethtown.

Elizabethtown é o primeiro filme de Crowe depois de Quase Famosos, um filme muito aplaudido pela crítica, e desenrola-se tendo como pano de fundo uma pequena cidade do Kentucky. Orlando Bloom é um designer fracassado que regressa a casa para ir ao funeral do pai e que, no caminho, conhece e se apaixona por Claire (Kirsten Dunst), uma cativante assistente de voo. A harmonizar a efervescente, alegre e surrealista abordagem do filme, Crowe mantém o ritmo frenético desta dança romântica com uma pesada selecção de música que transforma Elizabethtown numa cassete de mistura de música e imagens.

Entretanto, a actriz, de 23 anos, começou recentemente as filmagens em França para o drama de época, Marie-Antoinette, onde desempenha o papel da própria Maria Antonieta.

Kirsten, fale-nos um pouco sobre Elizabethtown?

Foi uma das melhores experiências que tive no que diz respeito a filmes. O ambiente era excepcional. Cameron é um homem interessantíssimo e um excelente realizador, e ficámos todos fascinados com o tipo de intensidade que ele queria dar ao filme.

Disse-nos também a forma como queria inserir muita música e tentar algo diferente na forma de contar uma história. É realmente especial e penso que Orlando (Bloom) tem também um excelente desempenho. Como é a sua personagem?

Claire é dinâmica e franca. Diz o que tem na cabeça e é muito desinibida na sua forma de estar com as pessoas e também na forma como vê o mundo. Não imagina como foi libertador e estimulante para mim enfiar-me na cabeça dela. Adorei tentar captar a percepção dela e ela ficou comigo ainda durante bastante tempo.

A Kirsten é normalmente mais séria e solene em relação à vida?

Solene, não sei, mas às vezes consigo ser intensa e séria. Por vezes deixo que as coisas me perturbem, quando o que eu devia fazer era não ligar e não pensar demasiado nas coisas nem analisá-las até à exaustão. Portanto, o que eu consegui retirar do facto de ter desempenhado o papel de Claire foi a alegria de viver que ela possui e o não deixar que os problemas comuns da vida a abatam. Levei essa lição muito a sério.

Como é que foi trabalhar com Orlando Bloom?

Ele é muito, muito talentoso, e empresta imensa sensibilidade ao seu papel que era de facto muito mais difícil do que o meu. Eu acabo por me divertir imenso e a personagem dele tem de lidar com uma série de questões mais sérias e é um pouco sombrio. Isso é contrastante e é interessante ver como estas duas pessoas estão ligadas de várias maneiras e que espécie de jornada encetam juntos, ou não... [Ri]

O que é que acha que as pessoas que vêem Elizabethtown vão concluir?

Talvez que a vida oferece perspectivas diversas e que no meio de muita tristeza e caos pode haver sempre coisas que nos façam sentir bem e que as devemos agarrar. Cameron é um homem brilhante e de uma imensa sensibilidade, além de que tem um fantástico sentido de humor. Os filmes que realiza reflectem a sua maneira de ser e de sentir o mundo. Adorei Quase Famosos. Era muito comovente e belo na forma de as personagens se expressarem e no modo como evoluíam. Este filme é diferente, mas não deixa de se sentir a sensibilidade e aquele toque romântico verdadeiramente maravilhoso.Muitos dos realizadores e actores com quem trabalhou no passado dizem que possui um lado negro ou uma intensidade que transparece na superfície…Penso que isso é verdade. Pareço uma pessoa muito comum mas, provavelmente, dentro de mim passam-se muito mais coisas a nível emocional e psicológico do que se imagina. E eu tento usar isso no meu trabalho porque acho fascinante ver os actores que são capazes de arrastar as pessoas para dentro do seu trabalho e surpreenderem-nas com o que está subjacente É sempre interessante descobrir diferentes camadas psicológicas nas pessoas.

Cresceu em Nova Iorque onde a sua mãe lhe fez um contrato com a Agência de Modelos Ford quando tinha apenas três anos! Antes de completar 10 anos já tinha feito mais de 70 anúncios na TV. Enquanto criança como é que foi esse tipo de vida?

A minha infância foi uma roda-viva. A minha mãe apoiava-me imenso e ajudou-me a conseguir trabalho sem me empurrar de uma forma negativa. Nunca me lembro de ter sido pressionada para ir a audições nem para fazer os anúncios. Era sempre aquela coisa divertida que partilhávamos uma com a outra quando eu estava a crescer. As coisas mudaram um pouco na minha adolescência. Sentia-me um pouco isolada dos outros miúdos da minha idade porque já tinha feito imensos trabalhos e tinha uma perspectiva da vida totalmente diferente.

É ainda muito nova mas os críticos já se aperceberam que possui um certo desgaste, se não mesmo tristeza em relação ao mundo e que transparece nas suas representações...

Eu tenho, de facto, esse lado que suponho que transpira de alguma forma para o meu trabalho. Mas acho que isso é bom. Na realidade, actualmente sou bastante positiva em relação à vida. Nem sempre fui assim em adolescente. A tristeza, uma certa melancolia, o sentir algum conflito em relação à vida que tenho são características reais que, penso, podem conferir um pouco mais de profundidade ao meu trabalho e que o público provavelmente sente isso mesmo quer se esteja a representar tipos de personagens mais leves ou mais felizes.

Na sua carreira também existe um ou outro papel mais sombrio, como em Virgens Suicidas, misturado com o trabalho para os grandes estúdios, como os dois Homem-Aranha e o seu papel do ano passado em O Despertar da Mente. Que tipo de filmes prefere?

Procuro papéis que sejam interessantes e que me tragam a oportunidade de ser mais do que apenas a ‘namorada’ e de ser de algum modo mais independente. Vou também tentar participar naqueles filmes que ao longo do tempo têm sempre um significado e não apenas nos que são esquecidos. Toda a gente enfrenta a mesma contradição – tem de se fazer filmes que atraiam grandes audiências e, ao mesmo tempo, filmes que sejam satisfatórios do ponto de vista artístico.

Disse, no passado, estar a passar por alguns momentos difíceis. Acha complicadas as relações entre as pessoas?

Depende da relação! [Ri] Por vezes é muito difícil encontrar o que se procura quando se está com alguém porque nós próprios nem sempre sabemos o que queremos ou o que precisamos até encontrarmos. Mas hoje sinto-me feliz!

O que é que dantes corria mal na sua vida?

Cometi alguns erros com algumas das escolhas de filmes que fiz e aprendi a não me deixar levar por outras pessoas para determinadas direcções. Todavia, gostei imenso de fazer Virgens Suicidas e estou contente por O Amor é um Lugar Estranho ter sido para Sofia (Coppola) um grande sucesso. Por isso é que estou tão contente em estar de novo a trabalhar com ela (em Marie-Antoinette).

Como é que é fazer o papel de Marie Antoinette?

É uma experiência bastante estranha mas adoro poder estar a trabalhar na Europa e de passar muito tempo em Paris. Não tenho tanto a certeza de que a crítica francesa vá gostar muito do que estamos a tentar fazer com esta história!

A carreira

2006 Em Marie-Antoinette, filme actualmente em rodagem, a actriz desempenha o papel da lendária rainha francesa Maria Antonieta, um filme realizado por Sofia Coppola.


2005 Em Elizabethtown, é Claire Colburn, uma assistente de bordo por quem Orlando Bloom se vai apaixonar.

2004 Homem-Aranha 2. Dunst retoma o papel de Mary Jane Watson, a namorada de Peter Parker.


2004 Em O Despertar da Mente, Dunst tem um inspirado desempenho como Mary, uma técnica que faz parte de uma equipa que desenvolveu um inovador método científico para apagar memórias.

2003 Em O Sorriso de Mona Lisa, desempenha o papel de Betty Warren, uma mulher que complica a vida a uma recém-graduada professora (Julia Roberts) que consegue emprego no conceituado colégio Wellesley, para leccionar aulas de História de Arte.


2002 Homem-Aranha. O filme que reavivou a sua carreira.

2001 Em O Miar do Gato, é Marion Davies, a cantora de ópera amante de William Randolph Hearst.

2001 Em Linda de Morrer, faz o papel de Nicole Oakley.


1999 Em Virgens Suicidas, na estreia de Sofia Coppola como realizadora, a actriz é uma das três melancólicas mulheres.


1994 Em Mulherzinhas, é Amy March.


1994 Entrevista com o Vampiro. Kirsten tinha só 11 anos quando desempenhou este papel.


1990 A Fogueira das Vaidades.


1989 Contos de Nova Iorque, o seu primeiro filme.


18 Comments:

At 14/1/06 19:55, Blogger Amaral said...

Só quem gosta de cinema concebe um post tão elaborado dedicado ao mundo da sétima arte.
Sente-se que o fizeste com carinho.
E ficamos a conhecer essa doce "bonequinha" que se chama Kirsten Dunst.

 
At 14/1/06 20:07, Blogger Kalinka said...

AMARAL:
Obrigado pelo teu simpático e doce comentário, ainda bem que reconheces que eu adoro cinema e faço tudo o que posso dedicado ao mundo da sétima arte, tal como o afirmas.
Só lamento que mais pessoas não visitem o kalinka e vejam com os mesmos olhos que tu vês, o prazer que eu tenho em o fazer.
Bom fim de semana e beijokas doces.

 
At 14/1/06 20:47, Blogger Mocho Falante said...

Definitavamente voto no entrevista com o Vampiro, este brilhante

Beijocas

 
At 14/1/06 23:00, Blogger Pink said...

Cinéfila inveterada ... estou vendo :-)))
Interessante este post e a entrevista com Kisten Dunst.

Um beijo e bom Domingo

 
At 15/1/06 14:08, Blogger A .Carlos said...

Kalinka
sempre o fantástico saber espelhadoo em letras, de uma cinéfila com um "C" muito grande,
Fabuloso.
Bjs amiga
e uma optima semana para ti
:)
ps. a musica está deliciosa!!!

 
At 15/1/06 16:06, Blogger Reino do Algarve said...

Kalinka, obrigado pela visita,seu blog também é muito relaxante, vou voltar cá, e assim que actualizar meus link, vou inserir o seu.

 
At 15/1/06 16:23, Blogger lena said...

Kalinka, adoro este teu cantinho, sempre cheio de muitos assuntos, todos eles especiais, não concordo quando dizes que ficaste a perder com a escolha que fizeste, e dizes bem blogs de poesia são sempre mais um
no que a mim diz respeito, escrevo palavras que vou somando até construir algo que consigo sentir,
desde muito cedo comecei com dois amores a poesia e a pintura, claro que nunca os segui com rigor, pois o que faço nada tem haver com isto
o tema que aqui li "vítimas de bullying" tocou-me muito, ainda consegui comentar um, mas li os outros, estou numa escola e não calculas como isso me deixa afectada, muitas vezes sem poder fazer nada
hoje este tema de cinema - 7ªa arte - é dos que mais acompanho e acredita que não o conseguia fazer tão elaborado como o teu, notei nele um carinho especial à medida que o ia lendo, também Kirsten Dunst é especial e mereceu destaque no post

parabéns pelo teu blog, por existir e ser assim, eu voltarei sempre e seguirei todos os momentos que aqui partilhas com esse carinho que é teu

foi bom teres passado pela minha cabana que é construída com palavras, as tuas deixaram-na mais rica

beijinhos meus

lena

 
At 15/1/06 19:58, Blogger Kalinka said...

MOCHO FALANTE:
Depois de ler o teu e-mail entendi melhor o teu comentário, tudo bem.
Desejo-te rápidas melhoras e, obrigado pela tua visita aqui, é sempre uma delicadeza da tua parte, mesmo doente cá vens.
Muito obrigado.
Beijokas.

 
At 15/1/06 20:02, Blogger Kalinka said...

PINK:

Podes crer, sou mesmo...Cinéfila inveterada...
Quando gosto muito de uma coisa, dedico-me inteiramente a ela, e, tenho este defeito, criticado por muitas pessoas, de não saber reduzir a metade o que escrevo, só que como estou a vivenciar aquilo que estou a fazer, arrasto-me prolongadamente e o «post» ficou muito extenso. Paciência.
Obrigado pela visita. Beijokas.

 
At 15/1/06 20:06, Blogger Kalinka said...

A. CARLOS:
Uiiiiiiiii, que bom, receber assim um elogio destes, fico toda babada.
Realmente adoro cinema e certos actores, e então, se puder fazer com que sejam conhecidos, farei tudo por isso: dar a conhecer o talento de novas actrizes, é o caso.
Quanto à música, ela cá continua, não consigo desprender-me dela...
Obrigado pela tua visita e votos de boa semana que já se avizinha.
Beijokas.

 
At 15/1/06 20:08, Blogger Kalinka said...

Tree4five:
Muito obrigado por ter vindo espreitar o meu blog, faço mesmo os possíveis para que seja relaxante q.b.
Até outro dia, e sempre que cá quiser vir visitar-me, ficarei super feliz.

 
At 15/1/06 20:39, Blogger Luís Monteiro da Cunha said...

O que me trouxe cá...

A tua simpatia... e as palavras que me dirigiste, apesar do teu infortunio, a que eu não prestei a devida atenção... lamento, mas já passou? Já estás melhor e a recuperar? Espero que sim.

Ora vamos lá falar deste post.

Sim... vê-se a léguas de distância que em matéria cinéfila... ninguém te bate. lol
Também gosto de filmes, quasee sempre escolho os meus actores favoritos, não é o que todos fazemos? lol Tenho centenas de filmes, mas a maior parte são filmes que me marcam(ram) ou pelo tipo de mensagem que transmitem, ou pela realização (a que estou sempre atento), ou apenas pela musica e respectivo interprete.

Depois também existem os filmes que marcam gerações... e claro que os da minha... faço questão de não os perder juntando-os ao meu pecúlio...

Mas discutir a arte em si... não sou capaz, não reuno os requisitos necessários, sou apenas um amante visionário... Lol

Boa semana
Bjinho

 
At 15/1/06 20:43, Blogger Cristina said...

Kalinka,

Escreveste muito bem este texto sobre a KIRSTEN DUNST :)...
Vejo como adoras o cinema só pelos teus textos sobre eles
:)
tem uma linda semana e um beijinhu com muito carinho

 
At 15/1/06 23:09, Blogger Diafragma said...

Mas isto é um tratado de cinema!
Bom trabalho. Já agora, não quererás escrever sobre o Mulholland Drive do David Lynch, a ver se eu finalmente o percebia? :)

 
At 15/1/06 23:44, Blogger Ana said...

Não sei comentar o teu post. Gosto de cinema, mas os meus conhecimentos do tema são muito reduzidos.
Deixo-te apenas um beijinho e os votos de que já estejas completamente recuperada.

 
At 16/1/06 10:00, Blogger Miguel said...

Kalinka,

Desculpa ter-te roubado o "post", foi sem querer!
E agora percebi que gostas mesmo de cinema como eu!
Não tanto como tu mas gosto muito da setima arte!

Do Elizabeth Town, não tenho muitas referencias mas disseram que era uma boa historia!

A actriz em causa, já conheco doutras representações!

Os votos de uma boa semana ...

Bjks da Matilde

PS: Ester, tenta ser mais breve, pode ser!?
Eu sei que ás vezes queremos ser completos mas por vezes, acaba ser muito maçudo e depois não lemos tudo!

 
At 16/1/06 19:21, Blogger LUIS MILHANO (Lumife) said...

Atarefado ficamos em falta com os amigos. Li com atenção o teus posts anteriores e sobremaneira o de 7/1/06 onde a incúria e a falta de responsabilidade, o desleixo e porque não a ignorância podiam ter causado um mal sem retorno. Em minha opinião casos desses deveriam subir à barra dos tribunais. Não são deuses nem intocáveis. Por ventura um processo levaria à próxima a ser mais cauteloso e mais conhecedor da matéria.

Mas espero que agora te sintas melhor e recuperada.

Irei voltar com mais frequencia.


Beijos

 
At 16/1/06 23:36, Blogger Kalinka said...

LENA:
Que poderei dizer depois do que li aqui no teu comentário?
Nem sei se vens cá ler o que respondo às pessoas que comentam os meus «posts»...?
Mas...fiquei completamente babada dos elogios que dás a este «meu cantinho»...quem não gosta de ler estas palavras tão belas?
Só tenho a agradecer a tua generosidade para comigo e a tua participação aqui neste espaço que eu tanto adoro e me esforço por agradar a mim e aos outros que por aqui passam. Beijokas.
Nota: Passarei na tua cabana sempre que me for possível, acredita. E, com todo o prazer.

 

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