Uma das ideias para a Passagem de Ano
Já há vários anos que, por opção própria fico em casa na noite de Passagem de Ano!
Isto não quer dizer que não gostasse de passar essa noite de forma diferente, mas sou um pouco 8 ou 80, ou em casa, ou nalgum lugar especial, e não é qualquer lugar que me faz sair do sossego da minha casa para me divertir nessa noite... fui habituada a estar na praia nessa noite desde que nasci e cresci em África, e não me seduz muito as noites frias e gélidas de Portugal, por isso, países tropicais seria o ideal, daí que possa aqui deixar algumas ideias dos lugares que me fariam deixar o sossego da minha casa por uma noite muito divertida:
Reveillon é tempo de festa em qualquer lugar do Mundo, todos os povos festejam a passagem do ano velho e a entrada do que está por vir. Fogos, músicas ou banhos de mar, cada um comemora de um jeito diferente, e quando soa a meia noite, os pedidos são os mesmos: um ano melhor do que o passado, muita saúde, boas notícias, paz, e, porque não, muitas viagens.
As tradições também são sempre as mesmas, quem é que nunca comeu as 12 passas ao toque das 00.00 horas e fez os seus pedidos para o ano que chega?
Para ter um Ano Novo com bastante dinheiro no bolso é preciso ficar atento para a receita que é bem simples. Chupe sete sementes de romã no momento da contagem regressiva e depois embrulhe-as num papel e guarde o pacotinho na carteira onde ficam suas notas de dinheiro, dizem que o resultado é garantido.
Ficar em cima de um banquinho durante a contagem e logo depois descer com o pé direito. Já para quem deseja viajar bastante no próximo ano, deve colocar uma peça de roupa branca dentro da sua mala de viagens predilecta, na manhã seguinte, vista a roupa e visite alguma atracção turística de onde você estiver, quem fez confirma que dá certo.
Não importa onde você esteja, o que interessa é passar o virar da folha do calendário para um Novo Ano da melhor maneira: viajando. Boas alternativas para entrar o Novo Ano com o pé fora de casa não faltam - A festa de Reveillon em Recife tem a mesma animação de todas as cidades do Nordeste, ou seja, menos formalidade e mais animação. Outra opção de festa em Recife é na atracção turística mais visitada da cidade, o Marco Zero. Já lá estive, nesse belo lugar e pisei-o bem com os 2 pés, mas não era passagem de ano...E não pense que no Marco Zero é diferente, todas as apresentações mostram a riquíssima cultura pernambucana e todos os anos várias orquestras são chamadas. Se você estiver em Recife, pode também participar do Revolinda, a festa de Ano Novo de Olinda, que fica a 15 minutos de Recife - também já lá estive, mas não foi na passagem de ano!!!
O Rio de Janeiro ficou famoso pelo seu Carnaval e pela sua festa de Reveillon que reúne milhares de turistas do Brasil e do Mundo. Isso porque a festa organizada é um espectáculo com proporções gigantescas. O palco principal é Copacabana, a princesinha do mar que em seus 4 quilômetros de extensão mescla a tecnologia do show pirotécnico com as manifestações de religiosidade na beleza das flores oferecidas a Iemanjá - também já lá estive, mas não foi nesta noite especial...quem sabe, um dia???
E AGORA.....????
Dia 24 à noite fiz de Mãe Natal, mas também houve um Pai Natal, o meu filho, tudo isto para que a minha neta com 3 anos de idade, ainda acredite que existe Pai Natal... é uma idade linda, inocente, e com tempo, ela chegará à conclusão, que todos nós chegamos anos mais tarde... Depois do Pai Natal tocar à campainha da casa dela, ela foi ao colo da Mãe Natal, eu - avó, abrir a porta...como foi bom ver o olhar dela de admiração (muito séria) a ver o Pai Natal entrar pela casa e perguntar onde estava a menina Catarina...ela muito espantada a dizer: Sou eu...e, receber das mãos do Pai Natal, uma prenda. Tudo isto é uma grande alegria para mim, poder acompanhar a infância da minha neta, e poder passar a outra geração, o que aconteceu na minha infância e eu «ainda» estar presente para assistir.
Mas, o título deste «post» é importante, pergunto eu: E agora...???
Pois é, e agora, o dia 25 terminou e, de repente, apercebemo-nos das pessoas a falar e pensar apenas na Passagem de Ano, nas toilettes, nos lugares para onde estão a planear ir passar o «reveillon»... os programas das festas, os bares, os bailes nas Associações...e...o Natal...terminou?
Só haverá outra vez Natal nos próximos dias 24 e 25 de Dezembro de 2006...???
A minha Amiga Isabel Filipe deixou-me um comentário assim:
Kalinka,
Que o Natal, em lugar de ser apenas uma data, seja um estado de espírito a nos orientar a vida, permanentemente.Os meus votos para ti e familiares de que este Natal traga alegria, paz e muita felicidadepara todos os dias do Ano Novo. Beijinhos,da Isabel Filipe
E, EU ADOREI...POIS NATAL NÃO PODE SER, APENAS E SÓ NESTES 2 DIAS DO ANO...
Muito obrigado, Isabel, por teres passado essa ideia, é como eu também penso, e seria bom que todos os seres humanos pensassem da mesma forma.
Deixo-vos com uma bela poesia, de Fernando Pessoa, só a esta hora a transcrevo, pois só agora tive acesso ao computador:
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem a quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Poesia de Natal com emoção...
Poesia de Natal
Regina Becker*
Poesia de Natal
Poesia onde não há sofrimento nem mal!
Poesia de pinheiro iluminado
De coração apaixonado!
Poesia de saudade e amizade
Dos brinquedos recebidos na melhor idade!
Poesia de Natal, de presépio na igreja
De oração de “Amém” e “Assim Seja”!
Poesia de Natal com emoção
Com rimas nas palavras e no coração!
Poesia para matar a saudade e imaginar
De que, todos que partiram, estão no melhor lugar!
Poesia do Menino Jesus, Maria e José
Cantando e orando com muita fé!
Poesia de amigo para amigo
De pedir baixinho:- Venha ficar comigo!
Poesia de olhar o pinheiro iluminado
Com o amor abraçadinho ao lado!
Poesia de perdão e comunhão
De jogar fora a tristeza e a tribulação!
Poesia de sorrir gostoso
E do abraço amoroso!
Poesia de fazer uma prece, antes de comer
Na ceia de Natal, que não deve ser dieta para emagrecer!
Poesia para dar graças, do ano que passou
Que você muito trabalhou e realizou!
Poesia para irmos nos encontrar
Com o aniversariante do dia:- O Menino Jesus!
E entregar nossa vida em louvação
No embrulho mais lindo, onde a alma e o coração
Se entrelaçam numa agradecida oração!
Porque é um dia especial! É Natal!
A todos os Amigos,
todos os Bloguistas que me visitam e comentam no meu blog, desde que ele teve início, para todos vós que já me enviaram imensos comentários desejando
FESTAS FELIZES E BOM ANO DE 2006,
aqui estou, para num só post agradecer e retribuir os votos de tudo de bom na minha Vida, o mesmo vos desejo com muito amor no coração.
Cá estaremos no NOVO ANO de 2006, para continuar a partilhar diariamente ou semanalmente os vossos e meu blog, com alegria, solidariedade e muita Amizade entre todos nós.
SEJAM FELIZES.
CARACOLI......
É nas ervas, subindo os muros, entre as folhas das árvores que podemos encontrar um caracol...
Esta podia ser uma homenagem à amiga Caracolinha... mas, não sei se a Caracolinha iria gostar, de qualquer forma, aqui vai, em homenagem aos Alentejanos (Lumife-Beja) e a quem gostar desta poesia:
Tava eu tirando moncos
lá da cana do nariz
enquanto fazia uma mija
assim tipo chafariz
Tinha a bexiga tã chêia
que fiquê lá uma hora
quando me assomê em volta
tinha ido tudo embora
Sacudi o coiso e tal
enquanto coçava a bilha
de tal manêra atascado
que o entalê na braguilha
tirê as botas do lodo
que fizera na mijada
sacudi tamém as calças
sempre com ela entalada
pedi ajuda à Ti micas
que cerca dali morava
mas depilou-me os tomates
a força com que a puxava
ensanguentado na pila
fui aos tombos pelo monti
vomitando quasi as tripas
nã sêi se queres que te conti
como comera dôs pães de quilo
e um garrafão p'rajudar a empurrare
na admira que tivesse
três horas a vomitare
Detê-me na palha fresca
para ver se descansava
enterrê-me logo em bosta
de uma vaca que passava
E foi assim que essa tarde
conheci um caracoli
os dois deitados na palha
c'os cornos a secare ao soli
HOJE GOSTARIA DE...
Hoje gostaria de abraçar alguém que está longe
Superar as barreiras.
Que sem perceber
A vida nos separou.
Tentar mudar o rumo do que acontece agora.
Tentar novamente dizer as palavras certas
Onde o acaso mudou
Tornando-as incertas.
Tentar entender o que passa em sua cabeça
Compreender o que me falas, mesmo que seja absurdo!
E dizer verdades com toda clareza
Mostrar o que o meu coração realmente sente.
Falar das lágrimas que deixo cair na minha face
Mudar todo sentimento ruim deste presente
Mudar o passado e mostrar novamente toda a verdade
E assim quem sabe, mudar a distancia que entre nós restou.
GOTAS DE LUZ
Aqui está a última obra de poesia do meu recente amigo Albino Santos Oliveira. Tive o prazer de estar na apresentação deste seu «novo filho» no sábado passado, e gostei do que vi. Muitas coisas teria para dizer, sobre as 2 horas que ali estive, mas, há situações que as palavras não conseguem expressar o que nós sentimos cá bem fundo, no nosso interior. Dizer que adorei aqueles momentos, foi com muito gosto que conheci um homem sensível e cheio de ideias para transmitir, um verdadeiro poeta.
Digo que gostei e até me arrepiei ao ouvir a Filomena Martins, que emprestou o talento da sua voz ao dizer de forma sublime os poemas do Albino, e o Carlos Andrade, que com a guitarra na mão nos silenciou e comoveu com as suas canções.
Ao lado do Albino estava Maria Rosa Teixeira Bastos, que o deixou embaraçado com a apreciação que fez das suas letras e, também o Henrique Dória, que prefaciou a obra.
Uma coisa eu vi, o Albino esteve rodeado de verdadeiros Amigos que o conhecem de longa data.
À apresentação seguiu-se uma concorrida sessão de autógrafos.
Ciente de que o seu talento continua, depois de já ter 2 outros livros publicados, antes deste «Gotas de Luz», Albino Santos Oliveira retorna, neste novo livro, para saciar a fome de quem anseia por idéias, oferecendo uma maravilhosa selecção de poesias, qual delas a mais bela...com a qual o leitor se deliciará lendo, por exemplo, esta que escolhi:
AUSÊNCIA
Uma noite perfeita sem ti
Não existe
Não sei alongar-me para além do meu corpo
Por isso
Guardo as tuas mãos nas minhas
E entrego-te o meu sorriso...»
Parabéns Albino.
PORTO - CIDADE
Aproveitando o início da minha última semana de férias deste ano/2005, decidi ir ao Porto. Adoro fazer compras no Porto, todo aquele ambiente de pessoas tão diferentes circulando pelas ruas estreitas e típicas, o seu sotaque nortenho, os preços mais convidativos do que em Lisboa...e, o facto de ainda utilizarem muito a expressão: menina! Quantas e quantas vezes abordava pessoas para perguntar algo que não sabia e sempre ouvia: a menina vai por ali...ou a menina devia ter virado à esquerda na rua atrás...que bom!!! Menina...
Tudo razões que cheguem para que eu tenha decidido viajar no Alfa Pendular e chegar ao Porto no sábado passado, com um belo dia de sol, que se prolongou pelos 3 dias que lá estive. Aproveitei para estar com alguns familiares e antecipei desta forma o espírito natalício.
Falando um pouco sobre a cidade:
A Câmara Municipal do Porto, ciente da importância destas iniciativas para a cidade e das vantagens de um apoio internacional para a consolidação deste processo, dirigiu uma candidatura formal à UNESCO para que classificasse o Centro Histórico do Porto como Património Mundial da Humanidade. O processo iniciou-se em 1993, e teve um impulso decisivo em 1996, quando o Comité de Patrimónios Mundiais da UNESCO aprovou a candidatura da cidade do Porto. A candidatura foi organizada pelo CRUARB, juntamente com vários departamentos especializados da Câmara Municipal. A decisão da UNESCO foi extremamente influenciada, pela qualidade dos trabalhos de renovação urbana e social, especialmente por aqueles dedicados ao apoio da população local, assim como pelas actividades culturais e desportivas que têm sido introduzidas com sucesso ao longo de toda a zona, classificada actualmente, como Património Mundial da Humanidade.
Para estar mais perto de tudo e não depender de transportes públicos decidi ficar no «Grande Hotel do Porto» em plena Rua de Santa Catarina. O hotel está localizado no coração do Porto, na rua pedestre com maior densidade de lojas do centro. Fora de portas, alguns dos principais monumentos, igrejas, museus e teatros estão à distância de um tranquilo passeio a pé.
A 250 metros da estação de comboios de S. Bento e ao lado da estação de metro do Bolhão, as acessibilidades do hotel são excelentes.
Agora, um pouco da história deste Hotel:
Concebido pelo Arq. Nortenho Silva Sardinha, o Grande Hotel do Porto abriu portas a 27 de Março de 1880. Foi projectado para ser o primeiro “Grande Hotel” da cidade com todo o fausto de fim de século. Contrastando com o que na altura o rodeava, o luxo do hotel podia ser visto na sua decoração de espelhos franceses, lustres, florões dourados, colunatas sumptuosas e mármores.
No decorrer dos mais de 100 anos da sua existência foi local de encontros e tertúlias da sociedade Portuense. Por aqui passaram políticos, escritores, espiões, refugiados da guerra, artistas e membros da nobreza mundial.
Hoje, ainda se respira o charme de outros tempos A última remodelação total do hotel, que ocorreu em 2002, respeitou a traça clássica do modelo original. A Herança de “Grande Hotel” é ainda visível em muitos pormenores, como por exemplo a fachada Vitoriana e os seus elaborados detalhes e muitos dos pormenores decorativos do interior.
Com mais de um século, o Grande Hotel do Porto é o mais antigo hotel em funcionamento na cidade. Testemunha de várias épocas, chegou até aos nossos dias como um hotel de charme, onde o detalhe faz a diferença e onde se encontra um ambiente acolhedor e tranquilo para desfrutar do melhor descanso.
Adorei o passeio, a estadia, o tempo e tudo...voltarei assim que puder!
Como o FEMININO impera...!!!
É verdade...
seja nos filmes, tb nos romances, seja na vida real...a Mulher está sempre presente.
Vou aqui deixar-vos mais um belo filme que vi, e que gostei imenso da história, aliás esse mesmo filme foi galardoado com vários prémios em todo o Mundo.
Para quem tb viu, gostaria que comentassem a vossa opinião àcerca do mesmo.
Freud via as mulheres como enigmas de difícil resolução, não conseguia compreendê-las, comparava-as a um imenso continente africano, exótico, diferente. Um dia, desanimado, perguntou-se:
“O que quer uma mulher?” Questão à qual jamais logrou responder satisfatoriamente.
Almodôvar responde a essa questão no próprio título do seu extraordinário filme:
“fale com ela”, diz Almodóvar a Freud, “fale com ela”.
Trata-se de um belo filme de Almodôvar. São quatro personagens paradigmáticos da paixão humana: dois homens e duas mulheres.
Um dos homens, cujo nome é Benigno, é enfermeiro e cuida com devoção absoluta primeiramente de sua mãe (que apenas aparece por uma fala no filme) e depois transfere esse zelo a uma jovem que fazia aula de dança em uma escola de balett em frente à sua casa e por quem se apaixona perdidamente. Essa jovem sofre um acidente gravíssimo e entra em coma, estado em que permanece por quatro anos. É onde encontramos Benigno.
O outro homem é um jornalista que fica vivamente interessado numa mulher que está sendo entrevistada na televisão. É uma toureira, que encarna com a maior beleza e dignidade a máscara da tragédia e da paixão. Essa mulher também entra em coma após um acidente gravíssimo na arena, onde se deixa atacar pelo touro bravio.
No início do filme, os dois homens que não se conhecem, estão lado a lado assistindo a uma apresentação de Pina Baush: duas mulheres tristíssimas, absolutamente solitárias, soltas e perdidas num palco/mundo mobiliado aleatoriamente de cadeiras, onde elas só não tombam pela acção desesperada de apenas um homem, igualmente triste e solitário que tenta abrir-lhes espaço. Mas batem nas paredes, caem no chão...num movimento contínuo de...desesperança.
Pina Baush sabe pegar no âmago...
O jornalista se emociona, Benigno, o enfermeiro nota o vizinho.
Os dois homens reencontram-se tempos depois no hospital, Benigno cuidando da bailarina, em coma, o jornalista acompanhando a toureira, também em coma.
E vamos acompanhando cada vez mais fascinados o desdobrar do filme, o desdobrar da vida. Almodôvar nos faz acompanhar por uma música maravilhosa, nos brinda com um Caetano Veloso no auge de sua sensibilidade e faz ressuscitar Elis Regina na alma da toureira. E revela também, pela boca de Benigno, o desejo de toda mulher.
“A mulher precisa ser tocada, mimada, acariciada, você precisa falar com ela, ouvir seus segredos... fale com ela....”
No seu estado paradisíaco de indiferenciação sexual, na sua ingenuidade infantil, Benigno dedica-se de corpo e alma à adoração e aos cuidados daquela mulher viva/morta. Mais do que isso, Benigno realiza um dos sonhos mais secretos da mulher: o de ter um homem que se dedique inteiramente a ela. E essa linda mulher em coma, realiza um dos sonhos mais secretos do homem: o de ter uma mulher absolutamente à sua mercê. Fantasias do inconsciente mais profundo de cada um de nós, homens e mulheres, fantasias essas às quais não temos mais acesso, mas que continuam a fermentar em nossas almas.
Difícil, mais tarde na vida, o homem poder, de facto, entregar-se à mulher...
Mas as coisas vão se complicando... assim como na vida...
As duas mulheres, em estado de coma profundo, parecem ser o paradigma do talvez absoluto e intransponível abismo entre o homem e a mulher. São dois mundos quase que radicalmente impossíveis um ao outro.
Quando a belíssima e trágica toureira se deixa matar, após ter reatado com seu grande amor, ficamos em estado de choque. Por que ela se deixou matar?
Em cenas anteriores, ela flertava com a morte, ela desafiava a morte.
Lá, no entanto, era mais fácil compreender, pois estava separada de seu homem. A vida já não tinha valor algum em comparação com a perda de seu amor.
Ela se deixa matar, porém, após o reatamento.
Só podemos compreender esse gesto como um acto de sacrifício ao amor.
Ela “sabia”, no mais recôndito de seu ser que amor algum vivido poderia corresponder ao profundo anseio de amor que sentia, realidade alguma poderia jamais corresponder à fantasia de gozo absoluto. Ela sabia que seu imenso e trágico amor estavam fadados ao insucesso, como os grandes e trágicos amores da literatura...e da vida...Romeu e sua Julieta, Tristão e sua Isolda, o louco Otelo com sua trágica Desdêmona...
O que Almodôvar nos conta é a grande história de amor impossível entre homens e mulheres, é o grande manual de decifração das mulheres, é a impossibilidade, a mais radical e absoluta, do encontro desejado, perene e permanente.
E é também uma ode à vida quando recoloca frente a frente um homem e uma mulher recomeçando uma vez mais e sempre, a recriação do mundo.
A vida chama, e o amor é a única e impossível saída.
Mea culpa...mea culpa!!!
Caros Amigos/as e visitantes do meu blog:
Poderia dizer que, não coloquei o 3º filme só para verificar se estavam com atenção ao que eu tinha escrito, mas não foi nada disso....apenas reparei que o «post» ficava enorme e acabei por não colocar o tal prometido 3º filme...e, agora resta-me pedir: Mea culpa, mea culpa, aos mais atentos e que vieram logo lembrar-me, onde estava o 3º filme...? e, com toda a razão, tenho que reconhecer.
Pois, como ontem à noite decidi ir ao cinema mais uma vez, agora em vez de «postar» apenas 1 filme, vão logo 2, o que ficou em stand by e o de ontem à noite, e...fica o assunto resolvido.
Como já devem ter reparado o 3º filme foi: ELIZABETHTOWN
ELIZABETHTOWN: Drew Baylor, em dada altura estrela de uma empresa líder de calçado desportivo, é despedido em virtude do rotundo fracasso do seu principal projecto de design. A sua situação piora quando Drew recebe a notícia da morte do seu pai e tem de regressar à sua terra natal, Elizabethtown, para recolher os seus restos mortais. Na viagem de avião, Drew conhece Claire, uma hospedeira de bordo, com uma energia positiva sem limite que muda o rumo da sua vida. [ http://www.7arte.net/ ]
Foi na outra 6ª feira que fui ver o ELIZABETHTOWN: é um filme bastante parado no início... Mas à medida que vai rolando a história, aparecendo a super divertida Kirsten Dunst, o filme melhora bastante. Gostei da história, cada qual tira dali uma lição de vida e, tenho que realçar o papel de uma das minhas actrizes preferidas, desde que a vi em «Thelma e Louise» - Susan Sarandon, o seu desempenho magnífico, sempre em excelente forma!! :) O filme que vi ontem foi:
«Enquanto Estiveres Aí...»
Quando David (Mark Ruffalo) aluga um encantador apartamento em São Francisco, a última coisa que espera – ou deseja – é companhia. Mas, mal se começa a instalar surge uma persistente jovem, Elizabeth (Reese Witherspoon), que reclama de forma peremptória ser ela a proprietária do apartamento.
David assume ter havido um enorme mal entendido... até Elizabeth desaparecer de forma tão misteriosa quanto tinha aparecido. Mudar as fechaduras não detém Elizabeth, que aparece e desaparece – maioritariamente para repreender David pela forma como gere o apartamento...
Convencido que se trata de um fantasma, David tenta ajudá-la a passar para “o outro lado”. Mas, embora Elizabeth se aperceba que se encontra num estado algo etéreo – consegue atravessar paredes… - está igualmente convencida que, de algum modo, se encontra ainda viva e não vai passar para lado nenhum.
À medida que Elizabeth e David procuram a verdade sobre a situação desta e o porquê de se encontrar no actual estado, a sua relação transforma-se em amor.
Infelizmente eles não têm muito tempo juntos, antes dos seus projectos para um futuro em conjunto se dissiparem... Pois é, e sabem o que me entusiasmou a ir ver este filme? Simplesmente porque toda a acção foi filmada em SÃO FRANCISCO, cidade onde estive há 1 mês atrás...que saudades!Que bom foi rever todos aqueles lugares por onde passei e que visitei.
Um dos meus prazeres....!!!
Como cinéfila que sou e muito me orgulho disso, na semana passada aproveitando uns tempos livres que tive, fui 3 vezes ao cinema e aqui exponho os 3 filmes que escolhi para ver. Já há algum tempo que não assistia a nenhum filme português e, daí que, comece por destacar este: CRIME DO PADRE AMARO
Padre Amaro, acabado de sair do seminário, chega a Lisboa para substituir um padre numa paróquia de um bairro pobre. Amável e trabalhador, Amaro conquista a confiança das gentes do bairro e sente-se rapidamente adaptado. É então que se envolve num caso amoroso com Amélia, jovem e sensual habitante do bairro. Finalmente, a história de amor e desejo mostra o seu lado mais obscuro:
Amaro revela-se um ser desprezível que usa e abusa de uma mulher lindíssima e não um homem apaixonado. Amélia é um objecto nas suas mãos.
Na 2ª feira fui ao cinema ver «PÂNICO A BORDO» com a actriz - JODIE FOSTER, que eu tanto adoro. A película "Flightplan - Pânico a Bordo" tem sido descrita como um filme intenso, que agarra o espectador do início ao fim. A história passa-se no interior de um avião, durante uma viagem entre Berlim e Nova Iorque, e centra-se no desaparecimento de uma criança no decorrer deste trajecto. Perante diversas evidências que parecem indicar que a menina nunca entrou a bordo do avião, cabe à mãe desesperada provar a sua sanidade mental à tripulação e restantes passageiros.
Não me desiludiu, tem uma história bem pensada e Foster continua excelente.
Gostei do desenrolar da história e especialmente do fim.
E pronto, agora resta irem ao cinema!! :)
Voando a 40.000 pés de altitude no mais recente E-474, Kyle Pratt enfrenta o pior pesadelo de uma mãe, quando a sua filha Julia de seis anos desaparece sem deixar rasto a meio do voo Berlim-Nova York.
Estando já emocionalmente devastada pela inesperada morte do seu marido, Kyle luta desesperadamente para provar a sua sanidade mental à tripulação descrente e aos passageiros, enquanto enfrenta a real possibilidade de estar a perder a sua lucidez. [ www.7arte.net ]